terça-feira, 6 de julho de 2021

Capítulo Primeiro - Extended - A gratidão da Mãe na Luta



Foi assim que resolvi, por fim, chamar ao meu podcast. Falar da mãe que quer experienciar a maternidade como uma forma de evoluir espiritualmente e luta por si mesma e pela sua evolução, ao mesmo tempo que também luta por dar a melhor educação aos seus filhos, começa pela gratidão. Parece uma coisa complicada de se conseguir e parece que estou a querer começar a consegui-la por algo demasiado simples. Mas a gratidão só parece simples. E usufruamos dessa parte simples.  

Comecemos pelo mais simples quando a tarefa parece imensa. O que importa é começar. É simples agradecer por se ser mãe, apesar de tudo. É simples agradecer por não se ter morrido no parto como acontecia antigamente (e hoje acontece bem mais do que devia) e termos a grande honra de conhecer as nossas crias. É simples agradecer termos as crias mais lindas do mundo. Ainda mais simples é agradecermos por termos um tecto por cima da cabeça, termos onde dormir, onde comer. Termos um mínimo de higiene, roupa lavada para vestir, comida para comer quando temos fome. Agradecer por termos amigos e família que gostam de nós e nos apoiam. Agradecer por termos instrução, conhecimentos e sabedoria que a vida nos dá para conseguirmos fazer algo de valor e ganhar dinheiro com isso. Agradecer por podermos ir à praia, agradecer por podermos passear de carro. Não sairia daqui hoje.

A mãe que luta para ser uma mãe melhor para os seus filhos, por ser uma pessoa melhor, começa por agradecer o que já tem. Para mim faz sentido começar assim.

Um dia, comprei um livro em segunda mão que enumera 14000 motivos pelos quais ser feliz. E embora a maioria não me diga nada, a simples ideia pareceu-me gigante o suficiente para que eu me sentisse devidamente desafiada. Bora lá. Podia tentar fazer 14000 posts de blogues, mas às tantas quem me lê perdia-se, porque os antigos ficavam lá para trás. E se calhar os podcasts acontece-lhes o mesmo. Não interessa. Eu agora quero fazer 14000 podcasts de gratidão. Por coisas. Gratidão pelo meio das outras coisas, dos disparates. Dos meus disparates da vida toda, sim, que eu faço disto ainda ninguém tinha net em casa, ainda ninguém sabia o que eram blogues e muito menos podcasts. E eu já sabia muito bem fazer parvoíces.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Capíulo Primeiro



Eu, se calhar, podia e devia explicar o porquê deste título. Mãe na Luta. Mas não sei se o vou fazer. Ou melhor, fazer se calhar até vou, não sei é se fica devidamente explicado, uma vez que isto não é coisa para se explicar assim de chofre, logo ao início. Não é para se perceber, é para se ir percebendo.


Sou mãe. Mas ser mãe não me define, de todo. Sou tão mais do que mãe. E acho que é por isso que consigo ser uma mãe um pouco melhor todos os dias. Há muito  para além de ser mãe; mas o que é mais importante é o interior. O interior tem de estar bem preenchido e organizado para sermos umas mães disponíveis e prontas a ver a cria com olhos de ver. Vinha guarnecendo o interior com toda a cautela e todo o aprumo. Mas depois veio a cria e sempre vira tudo um bocado do avesso. E virou. Mas eu não mudei como se diz por aí que as mães mudam quando são mães, sendo que antes eram não mães. Fiquei na mesma. mas desorganizada. Não mudei assim tanto. Aprendi muita coisa, isso sim. Mudei um bocadinho.


Mas quero mudar. Quero ser melhor do que sou, todos os dias. É difícil porque temos coisas que nos prendem para trás, coisas que fazem disparar gatilhos antigos e não nos deixam sair do lugar, mantêm -nos presos para sempre nas mesmas atitudes. Quero libertar-me dos gatilhos antigos, quero mudar. Eis a minha luta, não só como mãe, mas como ser humano... Mas agora muito como mãe.