Eu, se calhar, podia e devia explicar o porquê deste título. Mãe na Luta. Mas não sei se o vou fazer. Ou melhor, fazer se calhar até vou, não sei é se fica devidamente explicado, uma vez que isto não é coisa para se explicar assim de chofre, logo ao início. Não é para se perceber, é para se ir percebendo.
Sou mãe. Mas ser mãe não me define, de todo. Sou tão mais do que mãe. E acho que é por isso que consigo ser uma mãe um pouco melhor todos os dias. Há muito para além de ser mãe; mas o que é mais importante é o interior. O interior tem de estar bem preenchido e organizado para sermos umas mães disponíveis e prontas a ver a cria com olhos de ver. Vinha guarnecendo o interior com toda a cautela e todo o aprumo. Mas depois veio a cria e sempre vira tudo um bocado do avesso. E virou. Mas eu não mudei como se diz por aí que as mães mudam quando são mães, sendo que antes eram não mães. Fiquei na mesma. mas desorganizada. Não mudei assim tanto. Aprendi muita coisa, isso sim. Mudei um bocadinho.
Mas quero mudar. Quero ser melhor do que sou, todos os dias. É difícil porque temos coisas que nos prendem para trás, coisas que fazem disparar gatilhos antigos e não nos deixam sair do lugar, mantêm -nos presos para sempre nas mesmas atitudes. Quero libertar-me dos gatilhos antigos, quero mudar. Eis a minha luta, não só como mãe, mas como ser humano... Mas agora muito como mãe.
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